A felicidade de ser avó pela primeira vez é tão intensa e maravilhosa que resolvi dividir com muita gente.
Nada melhor que um blog para isso.
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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

FRIO DE RENGUEAR CUSCO.



Aqui no extremo sul do Brasil temos expressões idiomáticas muito peculiares, típicas mesmo.

Já falei anteriormentede bergamota e sinaleira, agora vou falar de FRIIIIOOOOOO!

Estamos, este ano, no que se conhece por fenomeno "La Niña" e que acarreta uma infinidade de mudanças abruptas de temperatura aqui no sul. Embora no próximo ano vamos ter, quem sabe, o fenomeno "El Niño" e nossas temperaturas  enlouqueçam tambem.

Mas isso já faz parte da nossa terra, assim como as tradições e o palavreado. Neste caso, o frio. E frio intenso de "renguear cusco".

Quando o frio aperta, como agora, usa-se essa expressão bem campeira para satirizar a baixa temperatura. Renguer cusco seria como fazer mancar cachorro vira-lata.

E é verdade. Nao só os cães rengueiam no frio, nós também, seres humanos, além de renguear nos encolhemos todos. Principalmente com a passágem do vento minuano por estes pagos.

No entanto, o povo todo já se acostumou a isso. Tanto que temos um costume por aqui que é a cada comecinho de mudança de estação fazer o transbordo das roupas nos roupeiros. Guarda-se as roupas usadas na estação findante e organiza-se e areja-e as roupas da estação entrante. E assim vai-se levando a vida.

Nas ruas o que se ve é uma profusão de casacos, botas, palas, ponchos, cachecóis e gorros além dos famosos cuecões que  não se veem por estarem protegendo os corpos sob as roupas.

Isso tudo foi pra dizer que, este ano,  a friagem se superou. Os termometros despencaram, como a muito não se via, e fizeram até nevar em lugares no estado onde também a muito não acontecia. E eu estou dando graças por estar curtindo a aposentadoria e poder ficar debaixo dos edredons por mais tempo, além de cancelar compromissos, sem vergonha nenhuma, pra não precisar colocar o nariz na rua e enfrentar o vento, a chuva e o frio lá fora.

Só me envergonho ao dizer isso quando penso nas milhares de pessoas que sofrem com a intempérie por falta de condições financeiras e às vezes, por falta de teto sobre suas cabeças.

Aqui mesmo, em frente a minha janela, dorme um sem teto todas as noites. Ainda bem que a caridade de algumas pessoas já lhe alcançou um colchão forrado de corino e coberta suficiente para aquece-lo. E todo dia alguém da vizinhança lhe alcança um prato de comida ou um lanche qualquer. Eu mesmo já dividi com ele minha minguada sopa de legumes. Mas este aqui, por assim dizer, tem sorte. A vizinhança é solidária. E os outros milhares espalhados pelo Rio Grande? Rezo para que sempre encontrem alguma alma caridosa para fazer por eles. Até mesmo uma ong qualquer ou o governo, quem sabe?

E agora, já esclarecido o título desta cronica e sem querer me alongar demais pra não ficar cansativa e redundante, só deixo meu mais profundo desejo aqui:

FORA FRIO! CHEGA! Já está de bom tamanho.



























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