A felicidade de ser avó pela primeira vez é tão intensa e maravilhosa que resolvi dividir com muita gente.
Nada melhor que um blog para isso.
Todas as impressões, emoções e notícias sobre o desenvolvimento desse ser único gerado com muito amor e esperado com mais amor ainda, vou transcrever aqui.
Sejam felizes comigo.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

COMO FIQUEI SABENDO QUE ENVELHECI,



Em 2005 fiquei sabendo, da forma física mais dolorosa possível para mim, que tinha, como quase todos na minha família, artrose. Ainda bem que não degenerativa,  como minha mana e minha mãe, mas progressiva.  Fiquei quase um ano sem caminhar. Primeiro uns meses até descobrir a doença, depois mais uns meses após a cirurgia de meniscos que rompi em função da doença.

Mudei pro apartamento do meu caçula, que morava só na época, e vendi minha casa. Fiquei muito deprimida com a situação. Sem trabalhar, sem sair de casa, sem dançar, sem namorar, sem andar de moto, sem todas as coisas que mais gostava de fazer . Parti pra comida como consolo.

Era um festival de fast food, pizzas, docinhos, salgadinhos e churrasco no ap do Guno toda semana. Ainda por cima, deixei de fumar depois de 35 anos de vício. Claro que deixar de fumar foi uma grande vitória para mim e muito me orgulho disso. Consegui parar com esse vício apesar da depressão e da ansiedade. Nem sei como. Acho que de tanta raiva da minha situação na época.

O Guno tinha na época esses maus hábitos alimentares, apesar de surfista. Porem ele não engordava, uma por ser jovem e outra por ser ativo e surfar sempre. Já eu, fui ficando uma dona redonda.

Quando estava querendo sair da depressão, depois da cirurgia, e pensava em começar uma dieta, o pai dos meus filhos, que era meu amigo e esteio nessa época de fragilidade da minha vida, sofre um acidente de helicoptero e morre. Uma reviravolta, não só na minha vida, mas na dos meus filhos e seus irmãos. E la vou eu voltar pra depressão e comer, comer e comer.

Bem que poderia ter sido "Comer, rezar, amar...", Mas  não tive essa sorte, como a autora do livro.

Em fim, passado algum tempo, as coisas se acomodaram, como tudo nesta vida se acomoda. Dei a volta por cima na depressão e resolvi aceitar minha nova condição de artroseana ( será assim que se diz?). Comecei a sair, passear, viajar. Fazer tudo pensando como uma pessoa aposentada e feliz por poder desfrutar o que a aposentadoria proporciona.

Pra culminar com minha nova condição, não de doente e deprimida, mas de aposentada feliz, meu caçula, que nesta época já morava em Florianopolis com a amada Grazi, me presenteia com um neto. Um Neto!

Todas minhas tristezas, frustrações, depressões, angustias, questionamentos que tive durante alguns períodos de minha vida, o mais recente nos últimos anos, se dilui por completo e até agora nunca mais voltou. E já se passaram quase dois anos do dia em que recebi a noticia da vinda do JP e continuo a viver em completo estado de graça.

Mesmo agora, que foi o motivo que me levou  escrever este texto, quando vejo no balcão de minha cozinha uma fileira enorme de remédios que estou tomando, só consigo fazer graça do fato. Por isso digo, ser avó é muito bom. Na alegria, na tristeza, na saúde, na doença e até que a morte nos separe.

Sempre achei esses votos em cerimonias de casamento uma falsidade. Poucos são os casais que conseguem cumprir fielmente essas promessas, porem, no caso de avó para neto, se consegue sim cumprir tintim por tintim essas promessa.

Por fim, agora vou dizer, depois de tanto lero lero, a que vim neste texto.

Nunca, nunca, apesar de tudo que narrei acima me considerei uma idosa( pra não dizer velha que soa muito pejorativo), mas agora ao ver a quantidade de remédios que estou tomando, estou quase admitindo o fato.

Alguns vão dizer que é exagero. Muitas pessoas novas tomam muitos remédios por algum mal congénito que por ventura tenham. Na minha própria família tenho exemplos disso. O Ariel, irmão de meus filhos, tem fibrose cistica e toma uma batelada de remédios desde que nasceu. Ele tem só quinze anos e tem uma vida normal apesar de tanto remédio. Meu filho Jean ( o Toco), toma remédio pra asma  a  vida toda. Minha filha Paty toma pra rinite, e por ai vai.

Agora, quando uma pessoa que mesmo com pessoas na família que estão sempre, de alguma maneira,´precisando de algum remédio, e nem assim tinha decorado o numero da farmácia, vai ligar e descobre que sabe o numero decor e saltedo, ai tem que começar a se preocupar.

Sou uma pessoa que guarda de cabeça todos os numeros de telefone das pessoas que normalmente falo, Até de algumas que falo menos, por telefone, tambem guardo. Mas nunca tinha decorado numero de fármácia. Uma porque tinha trauma de meu pai ter sido a vida toda hipocondríaco, outra porque detesto tomar remédio por qualquer coisa como todo brasileiro faz e jamais gostei de automedicação. Embora depois da artrose, tenha experimentado quase tudo que me indicam no afã de mandar ao inferno esta doença cronica que teima em me acompanhar.

Então, para concluir e sem mais de longas, vamos combinar que o caso é grave. Tenho que finlamente me render. Estou mesmo ficando velha. Porem, uma velha em procedimentos pré bariátricos que pretende daqui a um tempo, depois da cirurgia, continuar com a batelada de remédios próprio da idade, mas com um corpitcho de 20.  E, novamente, botar pra quebrar.

E sai da frente que aqui vou eu. Me aguaradem! Com artrose, ou sem artrose, mas com um montão de quilos a menos a Martita de sempre estará voltando.

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